sábado, 8 de setembro de 2012

Andalucía, mucho gusto!

Sempre tive muita vontade de conhecer a Andaluzia. A influência dos mouros, que dominaram a península por 800 fucking anos, me encanta. Só que eu não precisava ter conhecido a Andaluzia no verão... Chegar lá , em Granada, foi como chegar ao Piauí (se você já esteve no Piauí sabe do que estou falando). Mesmo bafo quente na saída do avião, mesmo aeroporto pequenininho que mais parece uma rodoviária de interior. Ônibus pra ir do  avião até o terminal? Nada. Vc vai carregando a bagagem debaixo daquele sol escaldante e, quando chega no ar-condicionado, acha que chegou no Paraíso. Mas sua bagagem demora mais 45 minutos pra chegar, então você está no Inferno mesmo, no doubt.

Chegamos ao hotel, no centro, e parecia que havíamos chegado à uma cidade-fantasma. Quase ninguém na rua (parecia domingo em Brasília) e tudo que queríamos era um lugar pra comer às 4 da tarde, com ar-condicionado. Nada. Andamos, andamos e andamos até achar uma lanchonete aberta. Debaixo de um sol escaldante, 40º na cabeça. Como se não bastasse a siesta, famosa  (e apoiadíssima) tradição espanhola, no verão eles fecham as portas quando começa a ficar insuportável (tipo 2 da tarde) e só reabrem tudo quando o calor ameniza, lá pelas 8, 9 da noite. Ou seja, se você for à Andaluzia no verão, seu dia terá umas 4 horas.
Sendo assim, temos que aproveitar a noite, né? Né.

E a noite de Granada começa muito tarde. Muito mesmo, tipo às 23h as pessoas começam a sair de casa para os bares. Pra quem andou debaixo de sol durante o dia e não dormiu é complicado acompanhar o ritmo. Mas as tapas...ahhhhhhh, as tapas! Se você não quiser gastar dinheiro em Granada com comida, não precisa. Se você se senta num bar/restaurante e pede uma água sem gás, eles te servem uma "tapa". Pra quem não sabe, tapa é uma porção de alguma coisa. Mas não é que nem aqui no Brasil, que um amendoim ou uma azeitona "de grátis" já é motivo pra sorriso, não... Lá é coisa de primeira, às vezes uma refeição! Eu já sabia disso e achava que era mito, ou esperava um amendoim, masss... é pra valer, gente! No capricho!

Claro que você não pode escolher a tapa que vão te servir, mas "salir de tapas" é uma arte a ser estudada. Se você paga, escolhe. Se não, é uma surpresa em cada lugar... Até coelho eu provei! (gente, eu jamais comeria um coelho fofinho...). Batata, camarão, peixe, presunto, gazpacho, sanduíches... qualquer coisa pode ser uma tapa. E em Granada, grátis.

Ah, também tem os free drinks na noite. No meio da rua, mocinhas bonitas e arrumadinhas ficam oferecendo flyers (eu já fiz isso quando morei lá) pra você entrar na boate na qual trabalham. O atrativo é um "chupito" (shot) ou entrada free, drink grátis, varia. Mas você pode conhecer vários bares/boates sem pagar  a entrada e sem pagar pra beber também. Dá muita gente novinha nesses lugares; estudantes, turistas pós-adolescentes e nem tanto,  alguns velhos chatos - mas é uma boa pra quem tá com a grana curta.

Ainda vou escrever sobre os pontos turísticos, mas essas foram as dicas pra quem for a essa cidade encantadora. Ah, se conhecerem alguém de lá, não deixem de pegar dicas com eles. A amiga da minha amiga nos levou em vários "sítios de tapas" que a maioria dos turistas não conhece - e estão bem no centro! Uma portinha num prédio que parece abandonado pode revelar um bar totalmente kitsch na decoração, super bem frequentado e com música ótima! Se eu fosse uma simples turista, nunca teria entrado num lugar tão legal!! Mais dicas na próxima postagem... ;)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Barcelona, parte 1 de 1

Bom, terminei falando só de Londres até agora, então vamos a Barcelona. Pra quem não me conhece ou está chegando agora, eu e Barcelona temos uma relação de amor profundo. Fui pra lá passar 3 meses, fazendo um curso de espanhol, e acabei ficando dois  maravilhosos anos. Então, voltar pra Barcelona depois de tanto tempo era obrigatório e, como não podia deixar de ser, foi emocionante!! (pausa pra enxugar as lágrimas).
Barcelona continua do jeitinho que eu deixei. Talvez com mais turistas. Talvez não, com certeza. A cidade estava megalotada, fila em todos os lugares, todas as línguas se misturando ao meu tão familiar catalão - foi tão bom escutar o rádio em catalão no táxi indo pra cidade e entender tudo! - e muitos, mas MUITOS brasileiros. Conversando com meus amigos que ainda moram lá confirmei essa percepção. Na época em que eu morava lá já havia brasileiros, claro, mas a maioria era de gente que morava lá, trabalhando e/ou estudando. Quase não se ouvia português nas ruas; agora, parece que você está no centro de alguma cidade  brasileira. Muitos turistas, comprando, comprando e comprando...
O hotelzinho que eu fiquei estava a 50 metros das Ramblas, super cêntrico, do lado do metrô. Depois quero fazer um post só com a crítica dos hotéis, então não vou falar muito agora. Era limpo, cêntrico e eu quase não fiquei nele...rs. Dormi mais na casa de um amigo do que lá ("Porra, como é que você gasta dinheiro com hotel se não sai daqui? É tonta ou o quê?"). Sim, esse meu amigo é a delicadeza em pessoa, mas muito amado. O problema é que lá eu não ia fazer "turismo" - deixei pra fazer isso quando voltei, em julho, com dois amigos - e só queria playa y fiesta! Sim, eu merecia uma semaninha de descanso antes de recomeçar a jornada.
Acordava na hora que eu queria e minha única preocupação era: praia, parque ou compras? rs. De dia meus amigos estavam trabalhando mesmo, então eu ia bater perna. Mas à noite... Fui visitar meus barzinhos preferidos, tomar sangrias, mojitos, vinhos (eu odeio cerveja) e observar as pessoas. Adoro me sentar, pedir um vinho e tirar meu bloquinho da bolsa, anotando tudo que eu vejo ou penso. Isso quando os amigos não podiam sair, claro. Pena que o pub onde eu trabalhei fechou, queria ter visitado meu ex-chefe. Nos outros dias era boteco com a galera e festinhas na casa desse meu amigo farrista. Quase todo dia eu estava lá.
Passei a semana toda nesse esquema, visitando meus lugares favoritos, indo à praia, bebendo só ou com os amigos, fazendo (poucas) comprinhas. Ah, tenho que contar que eu chorava toda vez que chegava a um lugar especial pra mim, que me trazia boas lembranças. Pisei na Rambla? Chorei. Na praia? Chorei. Catedral del Mar? Chorei. No meio do Gótico, meu bairro favorito? Sentei e chorei. No Michael Collins, meu pub favorito minha segunda casa? Chorei quando meu garçon favorito, John, me reconheceu depois de tantos anos. Enfim, foi uma semana tranquila, de descanso, de preparo para o resto da trip...

De volta ao blog!!

Morrendo de vergonha por ter passado tanto tempo sem postar, mas... primeiro tive que descansar, depois tive problemas de saúde e depois tive... preguiça, confesso!rs No começo da viagem estava anotando tudo em um bloquinho, dia a dia, com todos os detalhes, porém... Claro que deixei de anotar. Sabem aqueles mapinhas no Google Maps com todos os roteiros? Também não usei...rs.
Pra completar, meu telefone foi roubado semana retrasada, ou seja, várias fotos se foram... Algumas eu tinha postado no Facebook, outras estavam na máquina, mas muitas eu perdi junto com o aparelho. Enfim, como eu sou desorganizada mesmo, vou postando à medida que for lembrando das coisas, tá? O blog não vai ser um diário, mas espero dar dicas valiosas pra vcs, queridos 5 leitores do meu coração! Vamos lá? rs