quinta-feira, 31 de maio de 2012

Grécia - Parte IV (e última, juro!)

Desculpem tantos posts, mas a Grécia foi o país onde eu conheci mais lugares e passei mais perrengues nesse mochilão solitário. De volta à Atenas (e ao hostel xexelento onde havia deixado meu passaporte), resolvi aproveitar pra visitar os pontos turísticos que eu não tinha conhecido antes e fiz toooodo o recorrido pelos templos, conheci as praças, me meti no meio de uma passeata que eu não tenho ideia sobre o que era... Passei o dia todo caminhando. Cheguei exausta no pardieiro  albergue e fui descansar um pouco. Acho que não comentei antes, mas o "anjo da guarda" que me salvou no aeroporto tinha marcado um jantar comigo naquela última noite que passaria lá. Liguei pra ele umas duas vezes, deixei recado na secretária eletrônica e... NADA. Levei um bolo monumental.
Às 10 da noite, morta de fome, resolvi sair pra comer alguma coisa ali perto. Eu já dei uma dica aqui para procurarem locais próximos ao centro, mas esqueci de avisar uma coisa: dependendo da cidade, o "centro" é a área comercial, ou seja, só funciona durante o dia. Esse muquifo onde eu me hospedei era assim - à noite, a rua era escura, deserta e uma área de usuários de drogas e prostitutas. Perguntei pro recepcionista onde poderia comer alguma coisa e ele disse que havia uma rua de restaurantes umas quatro quadras acima, mas que não era recomendável eu ir andando sozinha. Só que os taxistas continuavam de greve, então... A Fome venceu o Medo.


Dobrei a esquina, coloquei o capuz e corri, corri, corri como se não houvesse amanhã! Run, Forrest, run!! E cheguei, sã, salva, esbaforida e descabelada ao meu destino. No verão ou nos fins de semana essa rua deve ser bastante movimentada, mas numa segunda-feira à noite... Nem tive coragem de escolher algum restaurante, sentei na primeira mesa que vi. Veio um rapazinho muito simpático me atender, me recomendou um prato e começou a conversar. E continuou conversando enquanto eu comia. E depois que eu acabei de comer. Me contou toda a vida dele. Eu só conseguia pensar em como eu ia voltar correndo pro hotel de pança cheia. Aí o garçom disse que estava acabando o turno dele e que ele poderia me acompanhar até o albergue.
Minha última experiência com garçons simpáticos não tinha sido nada agradável, mas... era isso ou correr um risco maior voltando pra lá sozinha. Acabou o turno, ele me apresentou pro chefe e pros colegas ("minha amiga do Brasil") e fomos. Ele disse que aquela rua por onde eu vim era muito perigosa e que conhecia uma caminho mais "seguro". Fui na fé. No meio do caminho ele para num bar e pergunta se eu tomaria um drink com ele, pq ele não tinha amigos, nunca podia sair, que trabalhava demais, mimimi. Fiquei com pena e tomamos alguns drinks. E na hora de ir embora, quem disse que eu me lembrava do nome grego da rua onde ficava o albergue?? Na pressa, saí só com o dinheiro do jantar no bolso. Rodamos todo aquele centro horroroso, mas eu não reconhecia nada, não via nenhum ponto de referência.
Aí ele disse que morava perto e que eu podia passar a noite lá. Jesusjesusjesus! O que fazer numa situação dessas?? Fui na fé, de novo. No dia seguinte acordo com barulhos de panelas, louças... Que bonitinho, ele está fazendo café pra mim! Mas não era ele. Era a MÃE dele, que achava que eu era a nova namorada do filho, e estava fazendo um banquete de café-da-manhã pra mim! Ela era uma búlgara super simpática, mas não falava uma palavra de inglês. Ele ficou sentado no meio, traduzindo pra uma e pra outra. Imaginem a decepção na cara dessa mulher quando eu disse que não era a namorada e que estava indo embora em algumas horas?! Ela chorava, me abraçava, me pedia pra ficar... hahahaha.
Consegui me desvencilhar da "sogra chorosa" e fomos procurar o albergue. De dia eu conseguia enxergar as coisas e, quando avistei o Starbucks que ficava na rua do hostel, quase chorei de alegria! Peguei minhas coisas (meu passaporte também, dessa vez) e o búlgaro fofo foi comigo até a parada de ônibus. Da mesma forma que existem filhos da puta, como vários que eu encontrei no caminho, também existem os anjos da guarda, como ele. Nos despedimos, ele chorando (búlgaros são muito sentimentais...rs) com promessas de ele me visitar em Barcelona, mas nunca nem trocamos e-mail. Depois de tantos percalços durante essa viagem, não via a hora de voltar à Itália...

Grécia - Parte III

Pra chegar em Ios, peguei uma lancha rápida. Sabe quando os buggeiros perguntam no Nordeste "Com emoção ou sem emoção?". Pois é, lá não existe a segunda opção. A lancha bate com tanta força na água que às vezes parece que ela vai levantar voo! Pessoas de estômago sensível não devem utilizar esse meio de transporte, fica a dica!
Não tinha reservado nada em Ios e estava meio preocupada. Que nada! Na hora que você chega no porto há dezenas de pessoas esperando pra te "raptar" e levar pra pousada delas. De novo, me lembrou alguns lugares do Nordeste, tipo Jericoacoara. Uma senhora gordinha foi mais rápida e, quando vi, já estava dentro da van que me levaria à pousada. Na verdade, era uma casa onde ela alugava quartos e ficava no meio do caminho, entre a praia e a vila. O quarto era fantástico: duas camas, TV, frigobar, um banheiro só pra mim e uma vista maravilhosa - tudo por 16 euros a diária! Estava no paraíso.
Ios funciona assim: de dia, só praia. À noite, os bares da vila fervem. Então lá fui eu pra praia, por uma trilha "alternativa" que eu mesma inventei, ralando as pernas e enchendo o tênis de carrapicho - a poucos metros dali havia uma escada, que eu só descobri depois de me esfolar toda, claro. As praias de lá têm barracas parecidas  com as nossas (aí o Nordeste de novo) e você pode alugar espreguiçadeiras ou estender a canga (ou toalha, como eles usam na Europa) e ficar lá de bobs, sendo servida pelos garçons, mas sem aqueles vendedores chatos berrando no seu ouvido. Depois de um dia de praia, passava no hotel, tomava um banho, tirava um cochilo e ia pra vila.
Não adianta levar mapa nem GPS, você vai se perder por aquelas vielas de pedra. A vila também é muito bonitinha, mas bem menor que Mykonos. Há vários restaurantes, lanchonetes, barzinhos bem animados - coisa que não vi em Mykonos porque me tranquei no hotel com medo do jamaicano psicopata. Encontrei um boteco cheio, música boa, e fiquei por ali. Conheci um monte de gente, viramos umas tequilas e... não sabia mais voltar pra pousada! O barman, muito solícito, me acompanhou até lá depois do bar fechar.
No dia seguinte, mais praia. Fui pra mesma barraca e o garçon me reconheceu. Batemos papo, ele se ofereceu pra cuidar da minha mochilinha enquanto eu mergulhava, muito gentil. Ainda tinha uma noite e um dia ali, então bora pra vila de novo! Rodei, rodei e acabei parando no mesmo barzinho. Mais fiesta! (aí essa parte foi censurada).
No meu último dia na ilha, antes de voltar a Atenas, acordei mais tarde, fiz o check-out e desci pra praia de mochilão. Meu "amigo-garçom" guardou pra mim e ainda deu pra tomar um solzinho, já que o barco só sairia no fim da tarde. Na hora de pegar minha mochila e perguntar onde eu pegaria o ônibus pra ir pro porto, ele se ofereceu pra me levar até lá. Aceitei. Detalhe: de moto. Lá fui eu, com minha mochila de 200kg nas costas, outra de 50kg na frente, rezando pra não cair daquela lambreta! No meio do caminho ele para e pegunta se pode buscar um casaco em casa, pois estava esfriando. Ok.
Chegando lá, ele me ofereceu um copo d´água e, assim que eu entro, ele pula e tranca a porta! Ai, caceta... Entrei em pânico e tive que usar todos os meus dotes artísticos, chorar feito uma louca, dizer que meu noivo estava me esperando em Roma e um blablablá interminável. Por fim, ele cedeu e abriu a porta. Já do lado de fora comecei a gritar e exigi que ele me dissesse onde passava o ônibus. Mas o ônibus da hora já tinha passado e eu perderia o barco se esperasse o próximo. Tive que ir com ele na moto e, chegando no porto, saltei correndo e nem agradeci a "carona".
Já esperando o embarque, o fdp reaparece e me pede perdão, disse que achou que eu estivesse querendo "porque era brasileira" (tá vendo, meninas?) e no fim ainda pediu meu e-mail! Armênio dos infernos, vai mandar e-mail pro Capeta!! Fiz a viagem de volta aos prantos, com ódio, mas aliviada por ter escapado de ter sido estuprada. Até que cheguei a Atenas e aí vem a última parte da saga grega (senão esse post fica gigante...).

Grécia - Parte II

No último post eu contei sobre minha chegada a Atenas - que eu acabei sem conhecer - e à noite embarquei para as ilhas. Como estava pobrinha, comprei a passagem mais barata e fui enfrentar 8h de viagem pelo mar Egeu até Mykonos. No convés. Apreciei o por-do-sol e fui procurar um locker pra guardar minha mochila e, surpresa! - tudo lotado. O jeito era estender a canga no chão e "dormir" abraçada com a mochila. Um friiiio do cão! Óbvio que na manhã seguinte eu estava toda torta. Sorte que tinha um moço no porto segurando uma plaquinha com meu nome e me levou pro hotel (que na verdade era um camping com bangalôs).
Eu escolhi esse lugar porque li um pouco sobre e diziam que era o "point" de lá, mucha fiesta e tal... Só que eu comecei minha viagem em agosto e já estávamos no finalzinho de setembro - yes, a temporada já tinha acabado. O hotel estava quase às moscas e não ficava perto do centro. Enquanto estou fazendo o check-in, aparece um jamaicano loco loco loco e começa a bater papo. Tava engraçado, porque eu não entendia nada do que ele dizia e só sorria e acenava, sorria e acenava... Fui pro meu bangalô tirar uma soneca (não dormi nada na viagem) e quando acordei já estava escurecendo. Na recepção me disseram que o centro estava distante, mas que lá no hotel havia um restaurante/bar. Perdi o dia, fazer o que?
 O local era enorme, na beira da piscina. No verão devia ser uma festa só, mas com o fim da temporada vi umas duas ou três  mesas ocupadas. Sentei no balcão, pedi uma bebida, um sanduíche e quem aparece de novo? O jamaicano doidão. Como eu tinha sido simpática mais cedo, ele já se achava meu amigo. Conversamos, até que começou a esfriar  bastante e eu quis voltar pro quarto; não queria perder mais um dia de praia. Ele se ofereceu pra me acompanhar e foi a deixa pro cara vir pra cima de mim! Aimeujesuscristinho! Tentei me desvenciliar de todas as formas, até que disse que só ia no quarto pegar um casaco e voltaria. Entrei e me tranquei lá dentro! Pra quê? Esse homem ficou doido, começou a bater insistentemente na porta, na janela... e ninguém da recepção, a sei lá quantos metros de distância, ouvia. Óbvio que não tinha telefone no quartinho e meu celular não funcionava. Ele só parou quando eu disse que ia ligar pra polícia.
No dia seguinte corri pra recepção e contei o que tinha acontecido. O cara me perguntou se eu queria mesmo que ele chamasse a polícia e eu disse que não, mas que desse uma dura ou expulsasse aquele doido tarado de lá. Pela terceira vez eu senti medo por ser mulher, brasileira e estar viajando sozinha, mas não seria a última...

Os outros dias em Mykonos foram tranquilos. Curtia praia durante o dia - mesmo com um vento gelado e uma água mais gelada ainda, cheia de peixes que não param de ter beliscar - e passeava pela cidadezinha, sem mapa, sem rumo. À noite, ainda traumatizada com o jamaicano (que foi convidado a ser retirar de lá), ficava trancada no quarto, lendo. A ilha é linda, com aquelas casinhas brancas, flores nas janelas, várias lojinhas de souvenirs, vários casais apaixonados (a maioria gay, óbvio) e paisagens de tirar o fôlego. Mas era hora de partir pra Ios, outra ilha mais próxima - tive que deixar Santorini de fora por causa da falta de tempo mesmo. E aí começa a última parte das Aventuras de Joana nas terras de Zeus & cia...

terça-feira, 29 de maio de 2012

Grécia - Parte I

Sempre sonhei em conhecer a Grécia. Queria, inclusive, esticar até a Turquia, mas tive medo de ir sozinha. Mas as minhas aventuras na terra de Afrodite foram muitas...
Primeiro, a chegada, às 22h em Atenas (já avisei aqui: evitem comprar passagens para voar à noite, mesmo o preço sendo mais barato). Estava cansada, ainda de ressaca e tudo que eu queria era pegar um táxi e ir pro hostel. Na saída, vi uma fila de táxis parados, mas... sem motoristas! Fiquei ali que nem uma pateta, esperando aparecer alguém e nada... Chegou uma senhora inglesa perto de mim e exclamou: "Ah, não... greve de novo?". Eu nunca tinha visto greve de táxis. Essa senhora me explicou que o filho dela, que morava lá, ficou de buscá-la no aeroporto, mas não apareceu.
 As opções para chegar até Atenas? Limusine ou busão. Mas como eu ia pegar um ônibus àquela hora, descer numa praça e procurar meu albergue? Pânico é pouco pra descrever o que eu senti! A inglesa, inclusive, não ia pra Atenas, mas pra uma cidade vizinha. Fomos pra fila do ônibus e, pouco antes de comprarmos os bilhetes, o filho dela aparece! Foram outros anjos da guarda. Por coincidência, o rapaz tinha uma loja ao lado do meu albergue e me deixou lá, na porta. Ufa!
O hostel (que custou 10 euros a diária) fedia. Pero es lo que hay... Cheguei ao quarto, no terceiro andar sem elevador e descobri que as camas não estavam forradas. Aquele colchão caindo aos pedaços, nada de travesseiro... a sorte foi que minha companheira de quarto tinha um lençol sobressalente e me emprestou, me cobri com a toalha e fiz uma trouxa de roupa suja de travesseiro. Apaguei.

No dia seguinte acordei e tudo que eu queria era um banho. Me dirigi ao banheiro coletivo e - ué, que estranho - não vi chuveiro. Subi um andar, desci outro... cadê? Isso mesmo, não tinha chuveiro! O que existia era uma espécie de box, sem portas, com uma torneira que ficava na altura do umbigo. Gzuis amado! Lá vou eu tomar banho agachada, parecendo uma rã... Fiz o check-out, desejando nunca mais passar na porta daquele muquifo, e deixei minha mochila na loja do meu novo amigo que me salvou no aeroporto.
Fui me perder pela cidade - literalmente - enquanto meu barco pras ilhas não saía. Pedir informação em Atenas? Esquece. Eles não falam inglês e, quando não te viram a cara, são solícitos até demais. Fiquei andando em círculos tentando chegar na Acrópole, mas não consegui. Peguei minha mochila e o novo amigo me colocou num ônibus pro porto. Chegando lá, cadê meu passaporte??? Revirei tudo e não achava. Quando estava prestes a sentar no meio-fio e chorar, lembrei de ligar pro albergue. Estava lá, na recepção! O cara disse que guardaria até eu voltar (ia passar mais um dia em Atenas na volta) e que eu não precisava dele pra pegar o barco. Ok, fui embora sem lenço(l) nem documento.

Atenção aos detalhes!

Voltei!
 Os últimos dias, de comemorações e despedidas, não me deixaram passar por aqui pra continuar meus relatos da viagem passada... Mas hoje não quero falar sobre isso.
Quero falar sobre como eu fiquei TENSA ao imprimir meus e-tickets e descobri que uma reserva não estava confirmada! Quer dizer, eu recebi o primeiro e-mail, com a confirmação da reserva e pendente de cobrança, mas nunca recebi o segundo. E só vi isso hoje.
Pois é. A primeira reserva  de voo que eu fiz dentro da Europa não foi confirmada, nem cobrada, nem nada. Foi feita em março e daqui a 2 semanas eu viajo. A sorte é que eu consegui uma passagem no mesmo voo que eu tinha reservado, um pouco mais caro, mas não muito. UFA!
Mas esse papo todo é pra dizer que, se você reservar suas passagens/hotéis pela internet, LEIA seus e-mails, não apenas jogue na pasta "Viagem" e tudo bem (foi o que fiz...). E leia TUDO, porque cada companhia tem um limite de peso de bagagem, cobra por isso ou aquilo. Ah, muito importante: CHECK-IN ANTECIPADO. As companhias low-cost, principalmente, cobram se você fizer check-in no balcão - às vezes mais que o preço  da passagem.
Todos os outros voos estão OK, mas #ficaadica se você fizer reservas pela internet. Mandei um e-mail com o número da reserva no site, mas não acredito que vá resolver alguma coisa.
Ah, e mais uma coisinha: cheque seu e-mail SEMPRE! Ontem mesmo recebi um e-mail dizendo que meu aeroporto em Berlim tinha mudado - se eu tivesse contratado um transfer, por exemplo, teria problemas. Bom, depois volto com mais informações! Friiiiiio na barriga que vocês nem imaginam!! :)

P.S.: Comentem alguma coisa, né?? Muito triste ver que quase 200 pessoas já leram o blog e tem 10 comentários...rs. Sou carente, gente!! ;)

domingo, 20 de maio de 2012

Roma - Parte II

Pra minha sorte, o neozelandês FDP foi embora no dia seguinte e eu não precisei matá-lo. Eu ainda teria 2 dias em Roma e fui turistar. Andei pela cidade, sem pressa e sem rumo. Pra noite eu tinha agendado um pub crawl com o pessoal do hotel. Pra quem não sabe do que se trata, o pub crawl consiste em sair de bar em bar tomando shots e terminar a noite em alguma boate. Cansativo, mas divertido.

Desde o primeiro dia eu estava de olho em um dos funcionários búlgaros lindos do hostel. Achei que aquela seria minha chance de me aproximar dele, mas levei um balde de água fria - ele disse que não iria, que teria que ficar tomando conta do hostel, blablablá. Ok, baby. No último bar/boate que paramos o outro búlgaro bonitão veio dar em cima de mim. Se não tem tu...rs. Ficamos. Quando estou lá aos beijos com ele, quem resolve aparecer? Pois é.

Perdeu, playboy. O grupo se dispersou, o povo começou a ir embora e eu voltei pro hostel com o búlgaro bonitão. Obviamente, não sem antes pararmos numa igreja pra dançar valsa nas escadas. Pula essa parte... e foi aí que eu perdi um pé da minha sandália, não me perguntem como. Não dava pra caminhar descalça, então pegamos um táxi e ele me levou até o quarto no colo :) E o outro lá, olhando tudo...

No dia seguinte eu e outros hóspedes de ressaca fomos expulsos do hostel pela faxineira, que precisava limpar os quartos. Íamos caminhar pela cidade mas encontramos um parque de grama verdinha, verdinha... muito convidativa pra pessoas de ressaca. Nosso passeio terminou ali, tirando um cochilo no parque. Depois voltei pro albergue porque tinha um voo pra Grécia me esperando... ;)


sábado, 19 de maio de 2012

Roma - Parte I

De Amsterdam peguei um avião pra Roma, não sem antes passar por um mega constrangimento. Já esperando pra entrar na sala de embarque sou abordada por dois brutamontes (um homem e uma mulher) que me pedem pra sair da fila. Tire as botas, a boina, a jaqueta... enquanto a mulher me dava um baculejo, o cara ia tirando as coisas da minha mochilinha - na frente de todo mundo! Nem tinha passado ainda pelo detector de metais. Enquanto a "criminosa" era revistada, um casal também foi retirado da fila e passou pelo mesmo constrangimento. Depois, só um "pode ir, boa viagem".

Enfim, cheguei a Roma. Do aeroporto pra estação de trem, da estação de trem para o albergue que eu não encontrava nunca, mais perdida que amendoim em boca de banguela... Depois de muito rodar cheguei ao hostal e fui recebida pelo staff mais lindo que eu já vi - 3 deuses búlgaros que, além de guapísimos, eram simpáticos. Melhorou meu dia. =) Peguei um mapinha que deve ter sido feito por uma criança e saí.

Andei pelas ruínas, foro (ou fórum?) romano, Coliseu, Fontana di Trevi e várias outras fontes e praças. Voltei exausta, mas no albergue tinha a tal "noite da pasta" e me enturmei com um pessoal. No dia seguinte um grupo faria uma visita ao Vaticano e eu fui junto. Tudo lá é impressionante e exala riqueza. A Basílica, Capela Sistina, os museus... e foi legal ter um guia (meu primeiro passeio guiado!), que por acaso era um dos gerentes gatinhos  do albergue. ;)

O passeio foi cansativo, durou o dia todo e à noite eu ficaria no hostel mesmo. Mas era um "party hostel", eu estava em um quarto com seis pessoas e descansar era a última coisa que eu conseguiria fazer. Durante o jantar engatei um papo com um neozelandês e ele propôs que procurássemos um barzinho ali perto pra tomar a saideira. Só que o albergue ficava numa zona movimentada durante o dia e completamente deserta durante a noite. Fomos pedir informações na estação de trem e o cara nos disse pra pegar o metrô até a estação X, que lá estavam os bares e restaurantes. Fomos, né?


Chegando na tal rua, tudo ainda estava abrindo e descobrimos que os bares só abriam mais tarde - naquela hora, só os restaurantes estavam funcionando e, se nos sentássemos, tínhamos que comer alguma coisa. De repente encontramos um bar aberto - eba! - e entramos. Era um Karaokê gay. Beleza, se não tem tu... Foi divertido, conversamos bastante até nosso dinheiro acabar - eu tinha uns 20 euros na carteira - e tudo que eu queria era pegar um táxi e voltar pro hotel. Só que o rapaz queria ir caminhando até o outro lado da cidade! Bati o pé e ele cedeu, mas disse que precisava tirar dinheiro num caixa eletrônico. Fiquei esperando 10, 20, 40 minutos... e os garçons já retirando as mesas da calçada. Quando eu vi que ele não voltaria, caí no choro. Estava sozinha, numa cidade desconhecida, sem grana pra voltar pra "casa"... e aquele filho da puta me abandonou!!!

No meio da minha crise de choro, fui cercada por garçons preocupados comigo, uns 10 à minha volta. Aí escuto uns gritos de uma mulher e eles se afastaram. Ela me puxou pelo braço, perguntou o que eu estava fazendo ali sozinha aquela hora e eu contei minha triste história. Ela era uma prostituta russa e disse que aquela era uma área perigosíssima. Parou um táxi, perguntou quanto seria a corrida até meu hotel e pagou o taxista, com a recomendação de me deixar na porta. Foi meu anjo da guarda.Cheguei puta puta puta da vida com o cara e nem conseguia dormir de tanta raiva. Minutos depois escuto alguém subindo as escadas e era o próprio, com a cara mais lavada do mundo, dizendo que tinha voltado lá e eu não estava mais... MORRA, MORRA, SEU FDP!! (to be continued...).

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Roteiro 2012 - Datas e Custos

Antes de continuar meus relatos, vou postar aqui o roteiro completo, com as datas. Se alguém estiver por lá nesse período, let me know!


VIAGEM PARA EUROPA  - DE 14/06 A 31/07
14/06 – QUINTA:  BSB-LISBOA (TAP – 16h45-06h00) 
15/06 – SEXTA: LISBOA- LONDRES (BA – 11h-13h40 Heathrow) 
16/06 – SÁBADO: LONDRES
17/06 – DOMINGO: LONDRES
18/06 – SEGUNDA: LONDRES
19/06 – TERÇA: LONDRES
20/06 – QUARTA: LONDRES
21/06 – QUINTA: LONDRES – BCN (BA – City 09h10-12h20)
22/06 – SEXTA: BARCELONA
23/06 – SÁBADO: BARCELONA
24/06 – DOMINGO: BARCELONA
25/06 – SEGUNDA: BARCELONA
26/06 – TERÇA: BARCELONA
27/06 - QUARTA: BARCELONA
28/06 - QUINTA: BARCELONA - GRANADA (Vueling - 13h20-14h45) 
29/06 - SEXTA: GRANADA
30/06 - SÁBADO: GRANADA
01/07 - DOMINGO: GRANADA - CÓRDOBA - SEVILHA (TREM)
02/07 - SEGUNDA: SEVILHA
03/07 - TERÇA: SEVILHA
04/07 – QUARTA: SEVILHA - BARCELONA (Vueling - 21h10-22h40) 
05/07 - QUINTA: BARCELONA - BERLIM (Vueling 11h25- 14h05) 
06/07 - SEXTA: BERLIM
07/07 - SÁBADO: BERLIM
08/07 - DOMINGO: BERLIM
09/07 – SEGUNDA: BERLIM – BUDAPESTE (SMARTWINGS - Bradenburg  11h55 – 13h20) 
10/07 – TERÇA: BUDAPESTE
11/07 – QUARTA: BUDAPESTE
12/07 – QUINTA: BUDAPESTE –VIENA (TREM)
13/07 – SEXTA: VIENA
14/07 – SÁBADO: VIENA – PRAGA (TREM)
15/07 – DOMINGO: PRAGA
16/07 – SEGUNDA: PRAGA
17/07 – TERÇA: PRAGA – PARIS (SMARTWINGS – 12h30-14h15 CDG) 
18/07 – QUARTA: PARIS
19/07 – QUINTA: PARIS
20/07 – SEXTA: PARIS
21/07 – SÁBADO: PARIS –BCN (VUELING - Orly 16h30-18h05) 
22/07 – DOMINGO: BARCELONA
23/07 – SEGUNDA: BARCELONA
24/07 – TERÇA: BARCELONA
25/07 – QUARTA: BARCELONA
26/07 – QUINTA: BARCELONA
27/07 – SEXTA: BARCELONA – LISBOA (TAP – 17h55- 18h50) 
28/07 – SÁBADO: LISBOA
29/07 – DOMINGO: LISBOA
30/07 – SEGUNDA: LISBOA
31/07 – TERÇA: LISBOA – BSB (TAP – 09h35 – 15h15)

Bom, essas são as datas, já fechadas. Como eu já disse, comprei tudo antecipado e consegui bons preços. A passagem Brasília - Lisboa - Brasília custou R$ 1792,00 pela TAP. Havia outras companhias com preços até menores, mas mais tempo de viagem e conexões. Sempre entrei por Lisboa e a imigração é tranquila.

Em Barcelona, como terei que fazer nova imigração (pois virei de Londres, fora da UE), resolvi reservar um hotel com possibilidade de cancelamento. Uma amiga me chamou pra ficar na casa dela, mas ainda não sei. Pra ela não ter trabalho em fazer carta-convite, vou levar a reserva do hotel pra apresentar na Imigração.

Os bilhetes de trem ainda não foram comprados - provavelmente vou comprar direto na estação - mas já vi os preços pela internet, porém não incluí ainda no preço final. Vale lembrar que eu fiz os cálculos no início de maio, antes da alta do dólar, então provavelmente o total será um pouco mais.

Os voos serão pela TAP, Bristish Airways, Vueling e Smartwings, já com bagagem despachada incluída. Só em Londres vou ficar em albergue, o resto é hotel mesmo - alguns até 4 estrelas!! ;) Na Andaluzia vou dividir quarto com uma amiga, de Budapeste a Praga com um amigo e de Paris em diante reservamos quartos triplos, pois outra amiga vai se juntar a nós.

Enfim, calculando o custo das passagens aéreas e hospedagem, o total ficou em R$ 6.805,00. Não incluí a reserva de uma semana em Barcelona, já que devo ficar na casa da minha amiga, nem as passagens de trem. Depois vou refazer esses cálculos com o euro mais caro - e continuar rezando pra ele baixar até a data da viagem!


Brugges e Amsterdam

... e, em Paris, era hora de decidir qual seria meu próximo destino. Alguém tinha me dito que Brugges, na Bélgica, era lindo. Fui pra estação comprar a passagem pro próximo trem. "Só tem primeira classe, senhora, pode ser?". Putz, 60 euros. Ok, pode. No meio do caminho, aquele tombo monumental que eu tomei e machuquei os joelhos. Pelo menos a primeira classe tinha mais espaço pra esticar as pernas e guardar as mochilas perto de mim. Lembro que cheguei na estação e fui comprar o bilhete pra Amsterdam, minha próxima parada. A atendente era uma grossa e só me respondia em flamengo. Nem quis me explicar como eu chegava no hostel. Peguei um mapinha, fui atrás de um táxi (meus joelhos estavam acabados) e, enquanto procurava um, encontrei o albergue. ;)
Detalhe: era sexta-feira e eu comprei a passagem pra segunda. Mal sabia eu que Brugges se conhece inteira em uma tarde. Tóimmm! O albergue estava vazio, devia ter meu quarto e mais um ocupado. Rodei procurando um restaurante - tudo fechado! Acabei jantando um pacotinho de batatas chips. No dia seguinte fui caminhar e me dei conta que já tinha visto tudo na tarde anterior. Só faltava subir na torre, de onde se tem uma vista linda da cidade - mas como subir 200 mil degraus com os joelhos daquele jeito? Acabei ficando sentada na praça, lendo o dia todo e batendo fotos para turistas.
 E ainda tinha o domingo inteeeeiro pela frente... antes de eu ir embora, os garçons e vendedores já me conheciam pelo nome e deviam se perguntar "o que essa louca está fazendo sozinha aqui durante tanto tempo?". Um cara queria até me vender uma casa lá! rs. Vale o passeio, a cidadezinha é encantadora, tudo é limpíssimo, parece que você está na Disney - mas faça um bate-e-volta.

Depois do meu fim de semana totalmente radical e emocionante no interior da Bélgica, peguei o trem pra Amsterdam. Os dois albergues que me recomendaram estavam lotados, então tive que procurar outro - uma facada, 40 euros a diária num quarto para seis meninas (lembrem-se que o euro estava quase 4 reais na época!). Deixei minhas coisas no albergue e fui dar uma volta pra fazer o reconhecimento da cidade.
Amsterdam é linda, com todos aqueles canais, bicicletas, tulipas e tamanquinhos. Mas logo o deslumbramento passa quando você começa a observar as pessoas. Parece que todo mundo está ali com um único objetivo: sexo e/ou drogas. Conheci um português que estava na praça principal, com um lençol estendido no chão, cheio de objetos desconexos em cima. Queria me vender qualquer coisa e eu acabei comprando um caderno cheio de rascunhos e desenhos. Ele me contou a história dele e eu percebi que era a mesma história da maioria que eu via nas ruas. Fernando estava ali há 6 meses, no esquema "vendendo o almoço pra comprar o jantar", mas no caso dele, era pra comprar maconha mesmo. Pior foi quando ele me disse a idade - eu chutaria 40 - e me disse que tinha 22 anos, comprovados com a identidade. Choquei!

Na manhã seguinte conheci minhas companheiras de quarto, uma argentina e uma chilena, que também estavam viajando sozinhas. Eba! Nos juntamos e fomos desbravar a cidade. Alugamos uma bike e passeamos por toda a cidade, tiramos fotos em lugares proibidos e conhecemos algumas coffee shops no caminho...rs. Tinha um lugar que eu queria ir e elas acharam caro, a Casa de Anne Frank. Quando elas me encontraram na volta eu estava aos prantos! O lugar tem uma energia muito forte, só tinha sentido isso uma vez, em Alcatraz. Mas daí fomos tomar um "cafezinho" e o choro virou gargalhada...kkkkkkkkkkkkk.
Talvez eu não tivesse gostado tanto de Amsterdam se não fosse pelas meninas. Uma noite nos arriscamos a ir ao Red Light District, que ficava bem atrás do nosso hotel, pra ver as "moças na vitrine". Não sei direito o que aconteceu, mas rolou algum babado, confusão & gritaria e voltamos correndo (literalmente) pro albergue, antes mesmo de chegar na famosa rua.  Por falar em albergue, esse White Tulip fica ao lado de uma igreja cujo sino toca de hora em hora, inclusive durante a madrugada. Infernal. As meninas iam embora no mesmo dia que eu. Não me lembro pra onde cada uma foi, mas eu tenho boca e fui a Roma...

quarta-feira, 16 de maio de 2012

Paris, Paris...

Depois da minha quase fuga de Madrid, cheguei sã e salva à Paris. Não encontrava nenhum hostel barato e meu namoradinho francês de Tenerife fez questão que eu ficasse na casa dos irmãos dele. Não tive como recusar. Chegando na estação de trem próxima à casa deles, liguei pro Cyrill me dar instruções de como chegar lá - nem mapa eu tinha. Ele foi um fofo, ficou comigo no telefone até eu chegar no prédio e me deu uma notícia:  a sogra do Aaron chegou e você vai ter que ficar na casa do Ariel. Já me desesperei. Como assim, só agora você me diz isso??
Aí ele me esclareceu: o apartamento deles é uma espécie de "conjugado", não sei explicar. É como se fossem dois apartamentos vizinhos, independentes, mas com uma sala em comum. Beleza. Só que o ap do Ariel era minúsculo, um quarto com beliche e sofá, mini-banheiro e mini-cozinha. Ele me ofereceu a cama dele e disse que dormiria no sofá, ok. Fui tomar meu banho e tirar um cochilo depois da péssima noite que eu tive e ele foi trabalhar.
Eis que acordo com uma negona 2x2 berrando comigo em francês e eu sem entender absolutamente rien de rien!! Depois de milhares de tentativas tentando explicar quem eu era (em inglês, claro), liguei de novo pro Cyrill e ele conversou com ela pelo telefone. Vi que ela foi ficando mais calma e eu ainda sem entender nada. Me pediu desculpas, fez um chá pra mim e o Cyrill me explicou que ela era a ex do irmão e que não gostou nada de ver "uma vagabunda dormindo na cama dele". Ariel chegou, começou a gritaria de novo e eu saí de fininho...


O que dizer de Paris? Nenhum adjetivo é capaz de descrever a beleza da cidade (nusss, que brega ficou isso!) e andar por Paris e se perder pelas ruas  é a melhor forma de conhecê-la. Eu me perdi, literalmente. Rodei a cidade toda, dos pontos turísticos aos bairros perigosíssimos - que eu não fazia a menor ideia de onde estava me metendo - mas descobrindo lojinhas, cafés e arte, muita arte pelo caminho. Um dia eu peguei o metrô até o centro e andei tanto, mas tanto que quando eu vi já estava em casa de novo. Logo eu, que não sou fã de caminhadas longas...
Difícil dar dicas sobre o que é imperdível em Paris. Passei 6 dias e deixei de ver muita coisa que eu gostaria e de fazer outras por falta de grana mesmo. Paris é cara, muito cara. Como eu tenho a carteira internacional da FENAJ, entrei em várias atrações com desconto ou pagando menos. No Louvre, por exemplo, entrei 4 vezes, 0800. Ser jornalista tinha que ter alguma vantagem, né??rs
Só lamento não ter conhecido a noite de Paris. Meu anfitrião tinha dois empregos e não podia me acompanhar e eu ainda estava com medo de me aventurar sozinha numa cidade desconhecida. Coisas de principiante... Mas eu andava tanto durante o dia que à noite estava exausta, só queria banho e cama mesmo.
Sobre a fama dos parisienses serem grossos e arrogantes, confesso que senti o contrário. Meu francês é precário, basicão, mas algumas palavrinhas como "por favor", "desculpe" e "obrigado" são o mínimo que você deve saber ao chegar a um país estrangeiro. Eu recebi a dica de perguntar, em francês, se a pessoa falava espanhol ou português e funcionou! Eles são muito mais receptivos se você começar uma conversa assim. Muitos falam inglês - mas com um sotaque tão forte que é quase impossível de entender. O grande mito de que eles odeiam inglês é falso; o problema é que a maioria já chega falando em inglês sem perguntar, no país deles, como se eles tivessem a obrigação de saber. É isso que os chateia, na verdade.
Enfim, Paris é uma cidade imperdível e vale a visita sempre (nessa viagem eu volto lá!). Se depois me lembrar de outra história, eu volto! Beijos!

Tenerife e Madrid

Boa tarde, crianças! Hoje resolvi falar um pouco das cidades que eu conheci no último mochilão e, obviamente, de algumas confusões em que eu me meti... Vou dividir por cidades pra ficar mais fácil, ok?
Minha primeira parada foi Tenerife, nas Ilhas Canárias, quase na costa africana. Fui pra visitar minha grande amiga e mãe do meu afilhadinho, que na época estava com 3 anos. Na verdade não tenho muito o que falar de lá, apesar de ter sido o lugar que eu passei mais tempo - quase 3 semanas! A ilha é bonita e tal, tem o vulcão Teide e... só. É um balneário para turistas, principalmente ingleses. As placas, os cardápios, as propagandas - tudo está escrito em inglês e espanhol, me lembrou Miami.
Minha amiga morava no alto de uma montanha, sem transporte público para o centro - ou seja, dependia dela o tempo todo e ela não estava muito em clima de passeio, com filho pequeno e tals. Conheci uma praia aqui, um bar ali, uma boate acolá e praticamente foi isso. Só na última semana é que eu fui "salva" por um francês amigo do casal e consegui conhecer melhor a cidade na companhia do meu "namoradinho"...rs. Gostei particularmente de um show do Maná, na areia da praia, com uma lua cheia incrível. E quando os aeroviários saíram de greve, comprei minha passagem rumo a Madrizzz, como dizem os madrileños.


Já contei da minha chegada - mochila extraviada, quarto com 3 homens - e agora vou dar minhas impressões sobre a cidade. É bonita. É agitada. Tem o Prado, tem o Parque do Retiro, tem a "movida" pela noite. Mas não me impressionou. Eu vinha de Barcelona, né? Mal comparando, é como um turista chegar no Brasil pelo Rio e depois ir pra São Paulo.
Em Madrid eu tinha um contato - aquele amigo da amiga da amiga do amigo, sabe? - um hondurenho que estudava lá e se ofereceu pra passear um dia comigo. O passeio foi ótimo, ele me levou a vários lugares, conversamos bastante, enfim, um cara agradável. Como era meu último dia na cidade e meu voo saía de manhã cedo, aceitei dormir na casa dele, que era perto do aeroporto. Fiz o check-out no hostel e fomos pra lá. Conversamos, vimos TV, tomamos vinho e eu disse que precisava dormir.


Aí começou o pesadelo... o cara queria me agarrar de qualquer jeito! E eu lá, na casa dele, quase madrugada... como é que eu ia fugir?? Não sei como me desvencilhei dele, corri pro quarto, tranquei a porta com ferrolho e empurrei a mesinha de cabeceira contra a porta. Liguei chorando pra menina que tinha me dado o contato dele, dizendo que ele ia me estuprar, e ela correu pra lá! Ufa! 3x UFA! Deu-lhe uma bronca monumental e dormiu comigo. Só que no dia seguinte ela trabalhava muito cedo e teve que ir embora. O pânico me dominou de novo e eu pensei em fugir pela janela! hahaha. Quando saí do quarto ele tinha preparado um café da manhã pra mim e era só desculpas, ainda se ofereceu pra me levar ao aeroporto. Imagina se eu queria esse tarado me acompanhando? Peguei um táxi e fui pro aeroporto, com fome e sem banho. Adeus pra sempre!
PS: Ele tinha meu telefone e meu e-mail, passou MESES tentando se desculpar... otário!

terça-feira, 15 de maio de 2012

Arrumando a mala (ou mochila)

Hoje não fiz nada relacionado à viagem - nem pesquisa, nem roteiro, nada! Só fiquei relembrando, vendo fotos antigas e sonhando com as novas - dessa vez, sem dezenas de rolos de filme na mochila. E quando eu penso na mochila (que dessa vez vai se transformar em mala de rodinhas) não tenho saudade nenhuma... Saí de Barcelona com 10 kg na mochilona e 5kg na mochilinha, voltei com mais de 30kg nas costas!
Acho que o principal problema de que vai fazer uma viagem grande pela primeira vez é: o que levar na mala/mochila? Sou uma péssima conselheira nesse ponto. Sempre viajo com uma mala enooorme porque acho que pode pintar um casamento surpresa no caminho e eu estarei sem vestido! Bobagem, sempre volto com metade da mala sem usar. Dessa vez vou tentar - juro! - ser mais compacta na arrumação da mala.
Mochila pode ser prática por um lado e um estorvo por outro. Amarrota a roupa, tem que tirar tuuudo pra encontrar uma peça e te deixa corcunda. Já a mala é mais espaçosa, mas dá mais trabalho pra subir escadas, embarcar no trem/metrô, etc. Importante dizer que várias cias aéreas, principalmente as low cost, cobram por mala despachada (às vezes sai mais caro que a própria passagem), mas você pode levar uma maleta de mão (as especificações de tamanho são maiores que as do Brasil). Pra uma viagem curta, se você for voltar pro lugar de origem, vale a pena.


Eu despachava a mochilona e seguia com a mochilinha, com itens pessoais e de valor. Sempre levava uma blusa, calcinha  e um casaquinho nela para alguma eventualidade. E foi isso que me salvou no voo Tenerife - Madrid, quando minha mochilona foi extraviada. Meu Zeus, como extraviam uma mala num voo direto de menos de 2h?? Só sei que foi assim e lá fui eu, descrever a mochila, deixar endereço do albergue e sair do aeroporto chorando. Avisei no hotel sobre o extravio e, depois de um dia caminhando pela cidade, me avisaram na recepção que na manhã seguinte minha mochila seria entregue. E assim foi, depois da noite de pânico dividindo os beliches com os barbudos. 
Depois disso nunca mais perdi a mochila, mas isso não quer dizer que ela não me trouxe mais problemas... Na estação de trem em Paris, estava eu  pimpona e perdida, procurando onde era meu embarque quando piso em falso num degrau e PLOFT! - Joana vai ao chão. Mochilinha na frente e mochilão nas costas, quem disse que eu conseguia me levantar? Fiquei lá um bom tempo debatendo as perninhas - Vida de Inseto feelings - até alguém se dispor a me levantar. E não foi fácil seguir o resto do percurso com aquele peso todo e os joelhos arrebentados...
Enfim, seja mala ou mochila, tem que ser leve e "fácil" de carregar - até porque você vai querer comprar uma ou outra coisa lá, mesmo sendo um mochileiro sem grana. Claro que no inverno a bagagem vai ser mais pesada que no verão, mas lembre-se que existem lavanderias nos hotéis ou próximo a eles. E mulheres: esqueçam o salto alto e os quilos de maquiagem - vocês raramente vão usar. Um sapato de salto é mais que suficiente e uma necessaire com o básico do make tá ok, por mais dolorido que pareça. 
No mais, tênis ou sapato confortável pra andar muito e um chinelinho (principalmente se ficar em albergues), jeans, camisetas, short ou bermuda no verão, um casaco mais pesado no inverno. Até produtos de higiene eu recomendo comprar lá (o xampu daqui não faz espuma lá...rs), fora que na bagagem de mão só é permitido levar líquidos com até 50 ou 100ml (consulte a cia). Remédios e receitas, leve daqui. E não esqueça de informar no formulário da alfândega daqui o que está levando de eletrônicos ou você pode ter problemas na volta. Espero ter ajudado! ;)

A Europa antes e agora

Tô adorando escrever esse blog (mesmo que ninguém leia... hahaha). É bom dividir recordações e dar dicas aos que pretendem se largar no mundo, sozinhos ou acompanhados. Dessa vez vai ser mezzo a mezzo, pois como já disse, uma parte da viagem vai ser na companhia do meu melhor amigo, que esticou a viagem dele pra  me acompanhar. Eu fazia questão de visitar o "leste" (Budapeste, Praga e Viena - que não é leste, mas é parecida) e ele não abria mão de Paris, Barcelona e Lisboa. Destas, só Lisboa não conheço (aeroporto conta?rs), mas não é sacrifício nenhum voltar a Paris e a minha amada, idolatrada, salve, salve, Barcelona! ;)
Como eu já contei, nessa trip passo por BCN duas vezes. Em junho, pra verbena de San Joan e rever os amigos que lá ficaram, e em julho, pra apresentar "minha cidade" aos amigos. Fico em média uma semana cada  vez.
Sei que a Europa que eu vou encontrar será muito diferente daquela de 7 anos atrás. É um continente em crise, não tão seguro quanto antes. Pelos relatos de quem mora ou esteve lá recentemente, há muita gente morando nas ruas, pedindo dinheiro, assaltando mesmo. Naquela época já existia, principalmente imigrantes do leste, norte da África e alguns sul-americanos, mas hoje em dia o quadro está bem pior. Pensar nisso me traz tristeza e um pouco de preocupação também.
No período em que eu morei por lá, fui bem tratada, no geral - claro que tinha um ou outro mané xenófobo - e o Brasil estava "na moda". Até uma micareta rolou em pleno Passeig de Gràcia, em Barcelona, que reuniu milhares de pessoas. Mesmo na França, que tem fama de povo mal-educado, não aconteceu nada comigo. Não sei se porque já estava acostumada à marra dos catalães, que são grossos pra caramba, não me deixei intimidar por conta da minha nacionalidade. A única coisa que me incomodava era o fato de a mulher brasileira ser vista como uma bunda ambulante, como já disse antes, mas até isso eu contornava.


Hoje a situação mudou de figura: se por um lado eles precisam de turistas para movimentar a economia, por outro eles morrem de medo de perder seus empregos para imigrantes, às vezes mais bem qualificados que eles. E a não ser que você esteja com uma câmera no pescoço, bermuda, meia no tornozelo e mochila nas costas, não é tão fácil identificar quem é quem. Minha preocupação é justamente essa, ser turista e ser tratada como imigrante que vai roubar empregos - melhor providenciar meu uniforme de turista logo! rs
Muita gente me pergunta se eu tenho vontade de morar lá novamente e a resposta é sempre a mesma: claro! Mas não agora. Aos 20 e poucos anos você larga tudo e não se aborrece com nada, mas aos 30 e poucos a coisa muda de figura. Não quero abandonar minha profissão pra ser garçonete de novo, nem dividir um ap com um banheiro com mais 5 pessoas. Tenho ótimas recordações, mas passou. Quando eu voltar, quero que seja diferente. E sei que agora isso não é possível.

Dicas de transporte e hospedagem

Eu de novo! No último post dei algumas dicas de como se comportar numa viagem by yourself, mas esqueci de algumas coisas importantes e que servem pra todos os viajantes. Muitas vezes, o barato sai caro...
Sobre transporte:
  A Europa tem uma grande e (na maior parte) boa rede ferroviária, mas viajar de trem nem sempre é a melhor opção. Os passes estão muito caros, os bilhetes também e muitas vezes as viagens são longas e cansativas, com baldeações, checagem de passaporte no meio da noite, cabines sem muita segurança etc. Só fiz viagens curtas de trem, de até 3 ou 4h, e ainda assim foi cansativo. A vantagem é que não tem check-in e as estações costumam ser bem próximas ao centro da cidade.
O avião, claro, é a forma mais rápida de viajar. Porém, a maioria dos aeroportos fica distante das cidades e você precisa pegar trem ou metrô até lá e sair com antecedência pra todos aqueles procedimentos chatos de check-in, despachar bagagem e tal. Hoje existem inúmeras companhias de baixo custo com preços absurdamente baixos. Mas não se engane: eles cobram por tudo, e muito caro. Pra despachar mala, pra fazer check-in no balcão (faça sempre pela internet) e, obviamente, pelo serviço de bordo. Leve seu lanchinho e sua água comprados já na sala de embarque (eles não deixam passar com líquidos pelo detector de metais). Como os aeroportos são distantes, verifique antes a melhor forma de chegar ao hotel, pois um táxi pode custar mais do que a passagem em si. Atenção também para o horário dos voos.
Eu passei por perrengue de chegar tarde da noite por duas vezes. Em Veneza tive que pegar um táxi até o camping onde eu me hospedaria e morri em 90 euros - mais que a passagem e a hospedagem juntas!! Em Atenas cheguei às 23h30, exausta e de ressaca, e fui direto pro ponto de táxi. Adivinhem? Greve de táxi! (depois conto a aventura que foi chegar até o hostel). Claro que é difícil prever uma greve de taxistas, por isso é melhor contar com o transporte coletivo durante o dia.
Sobre hospedagem:
Durante a viagem de 2003 me hospedei só em hostels ou campings, em bangalôs individuais (nada de barraca!!). As opções eram poucas e caras pra reservar em cima da hora, mas procurava sempre os mais centrais. Em Madrid reservei uma cama em um quarto pra 12 pessoas. Nunca tinha ficado em albergue e estava meio receosa de dividir um quarto com tanta gente estranha. Na recepção me perguntaram se eu gostaria de ficar em um quarto para 4 sem custo adicional. Oba! Boa notícia depois de ter minha mochila extraviada - assunto pra outro post - e aceitei o agrado. Fui dar uma volta pela cidade e, quando chego, descubro 3 marmanjos dormindo no meu quarto! Gente, que medo! Nem troquei de roupa nesse dia. Mas no final foi tudo tranquilo, ninguém me atacou e ainda emprestei meu creme depilatório pra um deles fazer a barba...rs.
Depois conto sobre os outros albergues, senão o post fica enorme. O importante é verificar tudo que ele oferece -  e se cobra por internet, lençóis, toalhas, se tem locker - e ler com atenção as resenhas dos hóspedes. Claro que um vai dizer que amou e foi super bem tratado e outro vai dizer que o lugar é um lixo, os recepcionistas são grossos. Mas leia todas e tire a média. Eu costumo pesquisar pelo preço e pela "nota" que ele recebeu. Ah, é importante saber se é um "party hostel", cheio de jovens que fazem barulho até altas horas. Se fiesta não é o que você procura, fuja deles! No mais, albergues são ótimos lugares para encontrar pessoas e talvez arrumar companhia para seu dia ou sua noite. Se joga! ;)

Viajando só

Ontem me empolguei e escrevi demais... rs. Mas é difícil conter a ansiedade! Rever e conhecer pessoas e lugares é uma experiência maravilhosa. Não tem como não criar expectativas - e logo eu, que já sou uma pessoa tão relax, só que ao contrário - não consigo parar de pensar na viagem.
A gente planeja tudo, até quanto tempo tem que passar em determinada atração pra não perder os outros passeios, mas nunca dá certo. O inesperado, o improviso, o "se vira nos 30" tem que estar na bagagem de quem se aventura. E isso não dá pra marcar no Google Maps! ;)
Hoje eu comecei a ler o relato de uma moça que passou 50 dias na Europa e só não terminei de ler porque ela parou de postar. Tomara que não seja igual aquelas séries canceladas que me matam de raiva e ela continue o relato lá no site do mochileiros.com. Me diverti muito com as trapalhadas dela e me lembrei de várias situações  que eu passei nessa solo trip de 2003.
Hoje em dia dou risada de muita coisa, mas passei por tanto perrengue que eu nem acredito. Não dá pra colocar tudo num post, mas vou escrevendo aos poucos as experiências que eu tive. Porém, uma coisa é certa: não há nada melhor e pior do que colocar o pé na estrada sozinha. Você tem toda a liberdade do mundo, faz o que quer, come o que quer, fica quanto tempo quiser dentro daquele museu ou daquela loja... mas tem que pedir pros outros baterem suas fotos e não tem ninguém pra comentar sobre aquele monumento incrível, apontar a roupa ridícula que aquela bisca está usando ou conversar no final do dia (bom, hoje tem internet, mas...).
Eu gosto de viajar sozinha - meus parentes e amigos acham que eu sou doida - mas eu escolho meus destinos e o que eu posso ou não fazer. Viajar sozinho pode ser uma delícia ou horrível, mas nunca é fácil. Não tem ninguém pra ficar com a sua mochila enquanto você anda quilômetros até o balcão de informações. Ninguém pra te ajudar nas mímicas quando você tenta se comunicar em uma língua estranha. Ninguém com senso de direção - coisa que você não tem - pra te guiar pelo metrô.Ninguém pra ir conhecer aquela boate que disseram que era imperdível e você acaba passando a noite de sábado no quarto do hotel, no computador, enquanto seus amigos repetem como papagaios: "Garota, você está na Europa, tem que aproveitar e sair todas as noites!!" (como se eu tivesse dinheiro, saúde e disposição pra isso...).
Óbvio que viajar sozinha não é sinônimo de estar sozinha o tempo todo: Você conhece pessoas em tours, no albergue, no meio da rua, que talvez estejam na mesma situação ou te acolham. Mas não se iludam: a não ser que você seja a pessoa mais extrovertida do mundo (e quem é MUITO extrovertido costuma ser chato também), você não fará "amigos" em todos os lugares. Leve sempre um livro na mochila, pois ele pode ser mais agradável que muita gente.
Para as mulheres que viajam sozinhas, cuidado em dobro: não dê muita trela quando sair só, evite lugares ermos, não seja muito simpática (se aqui já confundem, imagine lá), não divulgue informações do tipo onde está hospedada, não aceite caronas (parece básico, né?). Só que quando a gente está lá fora é tudo oba-oba, vamos viver e amanhã é outro dia, tô sozinha pelo mundo, uhuuuu. Mas dou essas dicas porque já caí nessas roubadas (depois detalho) e me vi em perigo algumas vezes.
Uma coisa que eu raramente fazia era me apresentar como brasileira. Como sou bem branquinha e não tenho nenhuma característica marcante, me passava por espanhola, francesa, inglesa, russa  etc- dependia do interlocutor. Infelizmente há um preconceito ENORME na Europa e brasileiras são sinônimo de sexo caliente  e Carnaval. Eles vão elogiar sua beleza, pedir pra você sambar e tentar te levar pra cama - simples assim. Existem exceções à regra, mas o pensamento da maioria é esse e ponto.
Com os cuidados básicos que eu citei acima, é mais tranquilo viajar só. Você pode conhecer pessoas ótimas, verdadeiros anjos da guarda como alguns que eu encontrei. Mas também pode cruzar com gente trambiqueira, mal-intencionada, canalha... "Não tenha medo e abra o olho" são os meus conselhos para uma viagem em sua própria companhia! ;)

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Os Roteiros - Europa 2003 e 2012

No quarto post foi que eu percebi que ainda não tinha falado sobre o roteiro que eu vou fazer... tonta! =p
Essa viagem não vai ser igual ao mochilão de 2003, embora as duas tenham sido feitas no verão. Verão na Europa é bem quente e bem lotado, mas é delicioso! Dica: se você não curte temperaturas muito altas ou baixas, vá na primavera ou outono. Eu amo o verão! :)
Enfim, em 2003 foi aquela loucura, sem planejamento, grana restrita e tal. Mas nunca gostei de bate-e-volta, ficar 2 dias numa capital e sair correndo pra outra. Saí de Barcelona e fui pra Tenerife, Islas Canárias, pra visitar minha comadre e meu afilhadinho. Fui sem passagem pra outro canto, enfrentei uma greve de aeroviários e acabei passando muito tempo lá, quase 3 semanas.
De lá parti pra Madrid, onde um conhecido de uma amiga me mostrou um pouco da cidade (e queria mostrar outras coisas também, assunto pra outro post). Segui para Paris, onde me hospedei na casa de amigos, e de lá pra Brugges, na Bélgica. Caraca, mochileiro de primeira viagem sofre - fiquei lá de sexta à segunda, numa cidade minúscula (mas já tinha pago hotel/transporte) e no fim os moradores já me cumprimentavam pelo nome!
Fui então pra Amsterdam, Roma e Athenas. Como comprei uma round-trip, só passei uma semana na Grécia, entre Athenas, Mykonos e Ios. Voltei pra Roma, fui pra Veneza e, exausta, voltei pra Barcelona. Foram  10 cidades e mais de dois meses de viagem.

Dessa vez resolvi não fazer o "mochilão clássico" com a casa nas costas. Optei pela "viagem econômica", com mala de rodinhas mesmo, voos por companhias low cost e muitos hotéis, poucos albergues. Parte da viagem vou fazer sozinha - até o momento -  mas depois encontro amigos até a parada final, Lisboa.
No planejamento fiz uma coisa que poucos vão entender: chego em Lisboa, vou no mesmo dia pra Londres e depois desço pra Barcelona. Depois de ir até o sul da Espanha, subo de novo pra Berlim. Esse roteiro meio truncado tem um só motivo: quero passar a noite do dia 23 pra 24 de junho em Barcelona, pro San Joan! :) Nada a ver com as quadrilhas e forró daqui, mas a noite é demais - todo mundo vai comemorar na praia e eu não quero perder essa festa!
Pra Andaluzia vou com uma amiga catalã e depois sigo sozinha pra Berlim. De lá vou pra Budapeste, encontrar um amigo que estará em Milão e seguimos para Viena e Praga, esses dois últimos trechos de trem. Em Paris, próxima parada, vamos encontrar outra amiga pro trecho final: Paris - Barcelona - Lisboa. Voltamos pro Brasa dia 31/07.
Se ficou confuso, resumo: Brasília - Lisboa - Londres - Barcelona - Granada - Córdoba - Sevilla - Berlim - Budapeste - Viena - Praga - Paris - Barcelona - Lisboa - Brasília. UFA!
Serão 11 cidades em 45 dias - mais apertado, mas mais bem planejado que o último.


Planejar com antecedência é fundamental

No último post falei da (des)organização do mochilão de 2003. A dica principal, é claro, é não deixar nada pra última hora, planejar tudo com antecedência e pesquisar, pesquisar muuuuuito antes de comprar/reservar passagens e hotéis!
O primeiro passo, e mais complicado, é decidir o roteiro - saber o que quer conhecer e quantos dias ficar em cada cidade. Não dá pra fazer tudo-ao-mesmo-tempo-agora. Se você tem 15 dias, conheça 3 ou 4 cidades, no máximo. Com o roteiro em mente, é hora de começar a pesquisar o transporte (avião, trem, carro, barco).
Uma coisa que aprendi nesse planejamento é que não adianta só visualizar o mapa e achar "ah, de Budapeste vou pra Praga, que é perto" - é necessário ver as opções e tempo de cada meio de transporte - pois os voos entre essas cidades são caríssimos e, de trem, são no mínimo 6h. Sobre as passagens eu falo em outro post.
Na hora de reservar o tipo de acomodação, há sites que funcionam perfeitamente (www.booking.com  e hosteworld.com são os que eu usei) e muitos aceitam cancelamento (às vezes, cobrando um pouco mais). É só escolher e reservar, em seguida vc recebe a confirmação por e-mail. Em muitos lugares também existem apartamentos pra alugar e essa pode ser uma opção mais em conta pra quem viaja em grupo ou em família. Em qualquer um, observe a localização (no centro e/ou perto de metrô é sempre melhor), as fotos, as facilidades do hotel e dos quartos (alguns têm banheiro compartilhado, outros não têm wi-fi) e, principalmente, as resenhas dos hóspedes.
Já estou com hospedagem e passagens (exceto as de trem) compradas em todos os trechos. Agora estou na fase de pesquisar sobre cada cidade e decidir os pontos turísticos (e não tão turísticos) que eu quero visitar. Estou fazendo mapas de todas as cidades e marcando todos os lugares, lojas, bares e restaurantes recomendados no Google Maps. Lógico que ainda falta muuuuito, mas tô me divertindo...rs. Claro que nada é engessado, o roteiro pode mudar de uma hora pra outra, mas acho ótimo aproveitar a tecnologia que não estava disponível no primeiro mochilão, GPS no celular incluído. ;)
No próximo post, o roteiro da viagem! :)







Próxima parada: Europa!

Finalmente, depois de sete longos anos no Tibet longe da Europa, volto pra um passeio de 1 mês e meio pelo Velho Continente. Morei na Espanha, em Barcelona, entre 2003 e 2005. Fui fazer um curso de Espanhol de três meses e fui ficando, ficando, ficando e fiquei dois anos! rs
Em 2003, o euro estava custando quase 4 reais, tudo caríssimo. Mas como a ideia era ficar 3 meses e mais um tempo mochilando, tava tranquilo, tinha dinheiro reservado. Pelo meu antigo blog, que comecei antes de ir pra lá, conheci minha quase futura companheira de mochilão. Quase-futura porque aos 45 do segundo tempo ela desistiu - arrumou um emprego que pagava bem e não tinha lógica ela largar tudo pra viajar.
Sem encontrar outra companhia, com tempo e dinheiro, me enchi de coragem e resolvi ir sozinha. Só eu e minha mochila pesadíssima. Em alguns lugares que fui eu já conhecia pessoas, mas na maioria, não. O roteiro? Basicamente era chegar em um lugar e decidir depois pra onde eu queria ir. Claro que gastei muito mais do que se tivesse planejado com antecedência (agora aprendi a lição) e os mais de 2 meses de mochila nas costas foram bem cansativos.
Por falta de planejamento (e desconhecimento), também perdi tempo: reservei 3 dias pra Brugges, por exemplo, cidadezinha que a gente conhece em uma tarde. Em outras, calculei mal, queria ter ficado mais tempo mas teria que pagar um absurdo pra remarcar passagem. No fim das contas acabei voltando pra Barcelona sem conhecer alguns lugares que eu queria, vencida pelo cansaço.
No meu segundo ano por lá, estudando e trabalhando, não tive muito tempo nem grana pra viajar - só andei pelas redondezas mesmo. Voltei pro Brasil em abril de 2005 com a ideia de voar de volta pra lá o mais rápido possível. Mas por motivos que não vêm ao caso, só agora consegui a conjunção cósmica perfeita (tempo + grana) pra viajar de novo pra Zooropa. E dessa vez foi tudo beeeeeeem planejadinho. Consegui preços ótimos, em pleno verão europeu, e a viagem (transporte + hospedagem) fechou em menos de R$ 7.000, 00.
No próximo post falo sobre o roteiro.
Bjs

Quem sou eu? Onde estou? Pra onde vou?

Olá, gente!
Se você chegou aqui por acaso, deixa eu me apresentar: sou a Joana, nascida no Rio, criada em Brasília e apaixonada pelo mundo! Sou jornalista e, além de escrever, minha maior paixão é viajar.
Já passei algumas temporadas fora do Brasil - em San Francisco, Barcelona e Buenos Aires - e fiz várias viagens inesquecíveis, pelo Brasil e pelo exterior.
Daqui a exatamente um mês começo minha próxima viagem - 45 dias pela Europa - e resolvi criar esse blog pra contar desde as minhas expectativas e dúvidas na preparação do roteiro até as maravilhas (e perrengues) da viagem. Se der certo, quero continuar com o blog e falar sobre minhas futuras viagens também.
Aliás, eu tive um blog por pouco mais de dois anos, quando morei em Barcelona, e que foi deletado sem prévio aviso. Uma pena, nunca consegui recuperá-lo...
Mas não vamos chorar sobre o whisky derramado! ;)
Enquanto a viagem não chega, vou escrever sobre os preparativos e relembrar algumas historinhas interessantes de viagens passadas.
Espero que vocês se divirtam e que as dicas sejam úteis pra quem pretende se aventurar nesse mundão velho sem porteira.