sábado, 19 de maio de 2012

Roma - Parte I

De Amsterdam peguei um avião pra Roma, não sem antes passar por um mega constrangimento. Já esperando pra entrar na sala de embarque sou abordada por dois brutamontes (um homem e uma mulher) que me pedem pra sair da fila. Tire as botas, a boina, a jaqueta... enquanto a mulher me dava um baculejo, o cara ia tirando as coisas da minha mochilinha - na frente de todo mundo! Nem tinha passado ainda pelo detector de metais. Enquanto a "criminosa" era revistada, um casal também foi retirado da fila e passou pelo mesmo constrangimento. Depois, só um "pode ir, boa viagem".

Enfim, cheguei a Roma. Do aeroporto pra estação de trem, da estação de trem para o albergue que eu não encontrava nunca, mais perdida que amendoim em boca de banguela... Depois de muito rodar cheguei ao hostal e fui recebida pelo staff mais lindo que eu já vi - 3 deuses búlgaros que, além de guapísimos, eram simpáticos. Melhorou meu dia. =) Peguei um mapinha que deve ter sido feito por uma criança e saí.

Andei pelas ruínas, foro (ou fórum?) romano, Coliseu, Fontana di Trevi e várias outras fontes e praças. Voltei exausta, mas no albergue tinha a tal "noite da pasta" e me enturmei com um pessoal. No dia seguinte um grupo faria uma visita ao Vaticano e eu fui junto. Tudo lá é impressionante e exala riqueza. A Basílica, Capela Sistina, os museus... e foi legal ter um guia (meu primeiro passeio guiado!), que por acaso era um dos gerentes gatinhos  do albergue. ;)

O passeio foi cansativo, durou o dia todo e à noite eu ficaria no hostel mesmo. Mas era um "party hostel", eu estava em um quarto com seis pessoas e descansar era a última coisa que eu conseguiria fazer. Durante o jantar engatei um papo com um neozelandês e ele propôs que procurássemos um barzinho ali perto pra tomar a saideira. Só que o albergue ficava numa zona movimentada durante o dia e completamente deserta durante a noite. Fomos pedir informações na estação de trem e o cara nos disse pra pegar o metrô até a estação X, que lá estavam os bares e restaurantes. Fomos, né?


Chegando na tal rua, tudo ainda estava abrindo e descobrimos que os bares só abriam mais tarde - naquela hora, só os restaurantes estavam funcionando e, se nos sentássemos, tínhamos que comer alguma coisa. De repente encontramos um bar aberto - eba! - e entramos. Era um Karaokê gay. Beleza, se não tem tu... Foi divertido, conversamos bastante até nosso dinheiro acabar - eu tinha uns 20 euros na carteira - e tudo que eu queria era pegar um táxi e voltar pro hotel. Só que o rapaz queria ir caminhando até o outro lado da cidade! Bati o pé e ele cedeu, mas disse que precisava tirar dinheiro num caixa eletrônico. Fiquei esperando 10, 20, 40 minutos... e os garçons já retirando as mesas da calçada. Quando eu vi que ele não voltaria, caí no choro. Estava sozinha, numa cidade desconhecida, sem grana pra voltar pra "casa"... e aquele filho da puta me abandonou!!!

No meio da minha crise de choro, fui cercada por garçons preocupados comigo, uns 10 à minha volta. Aí escuto uns gritos de uma mulher e eles se afastaram. Ela me puxou pelo braço, perguntou o que eu estava fazendo ali sozinha aquela hora e eu contei minha triste história. Ela era uma prostituta russa e disse que aquela era uma área perigosíssima. Parou um táxi, perguntou quanto seria a corrida até meu hotel e pagou o taxista, com a recomendação de me deixar na porta. Foi meu anjo da guarda.Cheguei puta puta puta da vida com o cara e nem conseguia dormir de tanta raiva. Minutos depois escuto alguém subindo as escadas e era o próprio, com a cara mais lavada do mundo, dizendo que tinha voltado lá e eu não estava mais... MORRA, MORRA, SEU FDP!! (to be continued...).

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