quinta-feira, 17 de maio de 2012

Brugges e Amsterdam

... e, em Paris, era hora de decidir qual seria meu próximo destino. Alguém tinha me dito que Brugges, na Bélgica, era lindo. Fui pra estação comprar a passagem pro próximo trem. "Só tem primeira classe, senhora, pode ser?". Putz, 60 euros. Ok, pode. No meio do caminho, aquele tombo monumental que eu tomei e machuquei os joelhos. Pelo menos a primeira classe tinha mais espaço pra esticar as pernas e guardar as mochilas perto de mim. Lembro que cheguei na estação e fui comprar o bilhete pra Amsterdam, minha próxima parada. A atendente era uma grossa e só me respondia em flamengo. Nem quis me explicar como eu chegava no hostel. Peguei um mapinha, fui atrás de um táxi (meus joelhos estavam acabados) e, enquanto procurava um, encontrei o albergue. ;)
Detalhe: era sexta-feira e eu comprei a passagem pra segunda. Mal sabia eu que Brugges se conhece inteira em uma tarde. Tóimmm! O albergue estava vazio, devia ter meu quarto e mais um ocupado. Rodei procurando um restaurante - tudo fechado! Acabei jantando um pacotinho de batatas chips. No dia seguinte fui caminhar e me dei conta que já tinha visto tudo na tarde anterior. Só faltava subir na torre, de onde se tem uma vista linda da cidade - mas como subir 200 mil degraus com os joelhos daquele jeito? Acabei ficando sentada na praça, lendo o dia todo e batendo fotos para turistas.
 E ainda tinha o domingo inteeeeiro pela frente... antes de eu ir embora, os garçons e vendedores já me conheciam pelo nome e deviam se perguntar "o que essa louca está fazendo sozinha aqui durante tanto tempo?". Um cara queria até me vender uma casa lá! rs. Vale o passeio, a cidadezinha é encantadora, tudo é limpíssimo, parece que você está na Disney - mas faça um bate-e-volta.

Depois do meu fim de semana totalmente radical e emocionante no interior da Bélgica, peguei o trem pra Amsterdam. Os dois albergues que me recomendaram estavam lotados, então tive que procurar outro - uma facada, 40 euros a diária num quarto para seis meninas (lembrem-se que o euro estava quase 4 reais na época!). Deixei minhas coisas no albergue e fui dar uma volta pra fazer o reconhecimento da cidade.
Amsterdam é linda, com todos aqueles canais, bicicletas, tulipas e tamanquinhos. Mas logo o deslumbramento passa quando você começa a observar as pessoas. Parece que todo mundo está ali com um único objetivo: sexo e/ou drogas. Conheci um português que estava na praça principal, com um lençol estendido no chão, cheio de objetos desconexos em cima. Queria me vender qualquer coisa e eu acabei comprando um caderno cheio de rascunhos e desenhos. Ele me contou a história dele e eu percebi que era a mesma história da maioria que eu via nas ruas. Fernando estava ali há 6 meses, no esquema "vendendo o almoço pra comprar o jantar", mas no caso dele, era pra comprar maconha mesmo. Pior foi quando ele me disse a idade - eu chutaria 40 - e me disse que tinha 22 anos, comprovados com a identidade. Choquei!

Na manhã seguinte conheci minhas companheiras de quarto, uma argentina e uma chilena, que também estavam viajando sozinhas. Eba! Nos juntamos e fomos desbravar a cidade. Alugamos uma bike e passeamos por toda a cidade, tiramos fotos em lugares proibidos e conhecemos algumas coffee shops no caminho...rs. Tinha um lugar que eu queria ir e elas acharam caro, a Casa de Anne Frank. Quando elas me encontraram na volta eu estava aos prantos! O lugar tem uma energia muito forte, só tinha sentido isso uma vez, em Alcatraz. Mas daí fomos tomar um "cafezinho" e o choro virou gargalhada...kkkkkkkkkkkkk.
Talvez eu não tivesse gostado tanto de Amsterdam se não fosse pelas meninas. Uma noite nos arriscamos a ir ao Red Light District, que ficava bem atrás do nosso hotel, pra ver as "moças na vitrine". Não sei direito o que aconteceu, mas rolou algum babado, confusão & gritaria e voltamos correndo (literalmente) pro albergue, antes mesmo de chegar na famosa rua.  Por falar em albergue, esse White Tulip fica ao lado de uma igreja cujo sino toca de hora em hora, inclusive durante a madrugada. Infernal. As meninas iam embora no mesmo dia que eu. Não me lembro pra onde cada uma foi, mas eu tenho boca e fui a Roma...

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