quarta-feira, 16 de maio de 2012

Paris, Paris...

Depois da minha quase fuga de Madrid, cheguei sã e salva à Paris. Não encontrava nenhum hostel barato e meu namoradinho francês de Tenerife fez questão que eu ficasse na casa dos irmãos dele. Não tive como recusar. Chegando na estação de trem próxima à casa deles, liguei pro Cyrill me dar instruções de como chegar lá - nem mapa eu tinha. Ele foi um fofo, ficou comigo no telefone até eu chegar no prédio e me deu uma notícia:  a sogra do Aaron chegou e você vai ter que ficar na casa do Ariel. Já me desesperei. Como assim, só agora você me diz isso??
Aí ele me esclareceu: o apartamento deles é uma espécie de "conjugado", não sei explicar. É como se fossem dois apartamentos vizinhos, independentes, mas com uma sala em comum. Beleza. Só que o ap do Ariel era minúsculo, um quarto com beliche e sofá, mini-banheiro e mini-cozinha. Ele me ofereceu a cama dele e disse que dormiria no sofá, ok. Fui tomar meu banho e tirar um cochilo depois da péssima noite que eu tive e ele foi trabalhar.
Eis que acordo com uma negona 2x2 berrando comigo em francês e eu sem entender absolutamente rien de rien!! Depois de milhares de tentativas tentando explicar quem eu era (em inglês, claro), liguei de novo pro Cyrill e ele conversou com ela pelo telefone. Vi que ela foi ficando mais calma e eu ainda sem entender nada. Me pediu desculpas, fez um chá pra mim e o Cyrill me explicou que ela era a ex do irmão e que não gostou nada de ver "uma vagabunda dormindo na cama dele". Ariel chegou, começou a gritaria de novo e eu saí de fininho...


O que dizer de Paris? Nenhum adjetivo é capaz de descrever a beleza da cidade (nusss, que brega ficou isso!) e andar por Paris e se perder pelas ruas  é a melhor forma de conhecê-la. Eu me perdi, literalmente. Rodei a cidade toda, dos pontos turísticos aos bairros perigosíssimos - que eu não fazia a menor ideia de onde estava me metendo - mas descobrindo lojinhas, cafés e arte, muita arte pelo caminho. Um dia eu peguei o metrô até o centro e andei tanto, mas tanto que quando eu vi já estava em casa de novo. Logo eu, que não sou fã de caminhadas longas...
Difícil dar dicas sobre o que é imperdível em Paris. Passei 6 dias e deixei de ver muita coisa que eu gostaria e de fazer outras por falta de grana mesmo. Paris é cara, muito cara. Como eu tenho a carteira internacional da FENAJ, entrei em várias atrações com desconto ou pagando menos. No Louvre, por exemplo, entrei 4 vezes, 0800. Ser jornalista tinha que ter alguma vantagem, né??rs
Só lamento não ter conhecido a noite de Paris. Meu anfitrião tinha dois empregos e não podia me acompanhar e eu ainda estava com medo de me aventurar sozinha numa cidade desconhecida. Coisas de principiante... Mas eu andava tanto durante o dia que à noite estava exausta, só queria banho e cama mesmo.
Sobre a fama dos parisienses serem grossos e arrogantes, confesso que senti o contrário. Meu francês é precário, basicão, mas algumas palavrinhas como "por favor", "desculpe" e "obrigado" são o mínimo que você deve saber ao chegar a um país estrangeiro. Eu recebi a dica de perguntar, em francês, se a pessoa falava espanhol ou português e funcionou! Eles são muito mais receptivos se você começar uma conversa assim. Muitos falam inglês - mas com um sotaque tão forte que é quase impossível de entender. O grande mito de que eles odeiam inglês é falso; o problema é que a maioria já chega falando em inglês sem perguntar, no país deles, como se eles tivessem a obrigação de saber. É isso que os chateia, na verdade.
Enfim, Paris é uma cidade imperdível e vale a visita sempre (nessa viagem eu volto lá!). Se depois me lembrar de outra história, eu volto! Beijos!

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